Sem emoção no bagulho, ai, aqui é nós tiozin Favela sim, gueto sim, RAP legitimo! Fruto dos becos, eco dos pensamento tenso Dos fundão dos gueto às invasão do centro, é desse jeito memo Distante dos flash, sem perfil pra célebre Ainda atendendo, a expectativa dos moleque Entre os click-clack, os beck vai, aqui os verme cai Aqui os verme cai, é nós memo rapaz Sobrevivente da guerra, do morro, do esgoto, do mofo Do lodo, dos loucos, dos porco, sem socorro Com alta capacidade, ó, de frente a tela rir de si Porque sua instrução só foi o gibi da Magali Porque não lê, não escreve, não fazem cálculos Não sabem quem são, sua localização no mapa geográfico Analfabetos, oficialmente alfabetizados Futuros soldados da nação, não, dos morros do estado! Guardiões de ponto de tráfico, usuários, presidiários Baleados, finados, abandonados, descriminado, desempregado Desesperançados enfim, todos semelhantes á mim O dono da tristeza no jardim das dores Aonde sangue orvalha as flores das primavera sem cores Ai, nasci no inferno e contrariei o lógico E hoje vim pra ressuscitar os mortos É A286 que tá no ar e nós não vai parar Enquanto houver motivos, tiros, atentados Favelado Injustiçado, inocentes condenados É A286 que tá no ar e nós não vai parar Tá de tiração cuzão, sente na pele O efeito do esquecimento, a febre dos moleque Confuso na escuridão, temendo os próprio sentimento Cultivo minha depressão, refém da magoa no peito Sorrisos traiçoeiros feito lâmina afiada Elogio são veneno e tudo que seduz mata Maldade nunca descansa E o pior inimigo é o excesso de confiança Por trás de toda riqueza há uma injustiça To armado sim, é que paz só vi no sorriso das minhas filhas Sem alternativa em meios os demônios tenso Aonde a vida não tolera medo Foda-se seus conceito ético, certo não existe O bom nem sempre é justo, mas o final é sempre triste É tio, pra quem nascer foi a própria tragédia Nunca vi minha vida numa novela Onde até o demônio gela, se os menor nada tem há perder Onde os homens morrem antes de adoecer Onde os pais enterram seus filhos, as orações foram inúteis Pai de famílias bem louco em dias úteis Mortos em corpos vivos, inglórios Devotos da volta de Cristo, e é óbito Queria acreditar que a morte trás o paraíso, a paz Sem ter que me questionar: Deus sabe o que faz O Deus que salva, previne, não deixa o fogo queimar Quem até teve o livre arbítrio, mas não a opção de não chorar É A286 que tá no ar e nós não vai parar Enquanto houver motivos, tiros, atentados Favelado Injustiçado, inocentes condenados É A286 que tá no ar e nós não vai parar Tá de tiração cuzão, sente na pele O efeito do esquecimento, na febre dos moleque É A286 que tá no ar e nós não vai parar Enquanto houver motivos, tiros, atentados Favelado Injustiçado, inocentes condenados É A286 que tá no ar e nós não vai parar Tá de tiração cuzão, sente na pele O efeito do esquecimento, a febre dos moleque