Por mais que eu cante, que eu ore implore mais é difícil Em cada esquina que passo vejo os moleques no bicho Vejo as tias lamentando, chorando perto do corpo Enterrando seu filho, que não passou dos 18 O barato tá louco e o resultado persiste Vários manos por dia, perde a vida no crime Se envolve fácil pra ter, fama, mulher e dinheiro Um prazer momentâneo, já que a vida vai cedo A febre pede, não vá, e é do fundo da alma Queremos ver você firme, não furado de bala Perpetuando a vida, no rodízio do jogo Exibido na mídia, em plena hora do almoço Tem que agir diferente, ver que não é vantagem Cemitério e cadeia, não é seu lugar de destaque Querem que a gente se mate, pra continuarem sorrindo A cada tiro aqui dado, favorece o inimigo Briga de gueto com o gueto irmão, como é que pode Tem que somar o que somos, virando um holofote Contando com todo canto intitulado favela Pra ter a melhora, tem que fechar a cratera Pra poder ir avante tem que rever os conceitos A cada tiro aqui dado um passo atrás da o gueto A cada tiro aqui dado um passo atrás da o gueto. É sempre assim Mas o meu povo não entende Que o sistema manipula e joga a gente contra a gente Tá mais do que evidente, a favela é quem sente Se não for nós por nós, é tudo e todos contra a gente É sempre assim Mas infelizmente os moleques não entendem Que o sistema arma o jogo só pra fuder com a gente Injetando nos guetos, arma, crack, cocaína Recrutando os pivete pra traficar nas esquinas Iludindo e destruindo família Cê tá vendo miragem sai fora maluco que é armadilha Quando você acordar, aí vai perceber Um monte de inimigo querendo matar você Até colegas de infância que estão do outro lado As facções virou família, o amor ficou de lado Quem dera que escutasse o nosso recado Teria mais diploma e bem menos maluco assassinado Mas não, tão de chapéu atolado De olhos vendados se achando os gangsta do bairro Tão de chapéu atolado se achando os gangsta do bairro. É sempre assim Mas o meu povo não entende Que o sistema manipula e joga a gente contra a gente Tá mais do que evidente, a favela é quem sente Se não for nós por nós, é tudo e todos contra a gente O mundo sem amor ao próximo, sem compaixão Vielas sujas esperando pelo rabecão, assim não A união nas famílias, e não a ponto 40 que tira sua vida Tá chato olhar pros lados, cadê os aliados Enrolado no saco seus sonhos, pra sempre cancelados Deus incline os seus ouvidos para favela E que o nosso pedido chegue a te, de forma sincera Queremos as crianças correndo Não sangue jorrando, os guetos se entendendo Esse som é pra chegar, e transmitir o amor Na quebrada, no morro, cadeia aonde for Dê ouvido aos seus ouvidos, absorva a mensagem O que não mata fortalece encare a vida com coragem O que não mata fortalece encare a vida com coragem É sempre assim Mas o meu povo não entende Que o sistema manipula e joga a gente contra a gente Tá mais do que evidente, a favela é quem sente Se não for nós por nós, é tudo e todos contra a gente Pois é Eu vejo a minha infância esmagada por concretos Ás poucas áreas de diversão, substituídas por prédios Limitam o nosso lazer, o nosso bem estar, a nossa educação Mas aí, ainda somos a maioria, certo? Quantos irmãos ainda vão ter que cair para que a gente caia na real? Confrontos de rua do mesmo bairro separadas por 200 metros de distância Enquanto você faz muita mãe chorar A burguesia assiste tudo de camarote Na varanda do seu prédio Comendo pipoca Vendo mais um capitulo de bang bang No mais legítimo filme em 3d É sempre assim