Como um raio cuspido no deserto Somos raro calor esculpido no incerto Fazendo do amor acessível até mesmo A nossa pobreza espontânea, contemporânea É por isso que as nossas feridas ao vento Eu as beijo como um cumprimento O mundo pode fechar a cara Mas enquanto houver um canto Pra gente ser o que não só vemos Soberanos seremos Soberanos seremos Soberanos seremos Soberanos seremos Como um coração aqui se encontra Somos tantas gerações sobrepondo a outra Mas não há nada a fazer a não ser Enfeitar minha alma com tal mundo, de tal modo Que eu não perca eu de vista Permita esse meu ego bastardo Encontrado nos escombros Desse Brasil desregulado O mundo pode fechar a cara Mas enquanto houver um canto Pra gente ser o que não só vemos Soberanos seremos Soberanos seremos Soberanos seremos Soberanos seremos