A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa Quando se vê já são seis horas Quando se vê já é sexta-feira Quando se vê já é Natal Quando se vê já terminou o ano Quando se vê perdemos o amor da nossa vida Quando se vê passaram cinquenta anos Agora é tarde demais para ser reprovado Mas se me fosse dado um dia Outra oportunidade Eu nem olharia o relógio Seguiria sempre em frente E iria jogando pelo caminho Uma casca dourada inútil das horas Tempo posso te pedir um segundo? Fique um pouco, fique um pouco mais Sei não sou tão paciente contigo Que fique um pouco, fique um pouco mais Que enquanto esqueço lá fora Passa por dentro outra hora Reconstituo o que se desfaz Passe devagar pra mim Devagar por mim Tempo eu te confesso Sempre o quanto mais te quero És tão cruel Quando o mundo se esquece de nós E a gente fica um pouco Fica um pouco aflito Sem versar, sem ver céu Sem ventar à deriva no mar de papel