Na platibanda da Borborema Ou no bas-fond do fim de feira O meu amor vai sangrando ao largo Por não ter ninguém que a queira E o que é que se tem da tarde Senão a sombra de uma palmeira Por sob um Deus que não nos vela Ou nos empurra à ribanceira Da América do Sul Estrela que cai no mar América do Sul Mar que soluça América do Sul Meu amor Faca de ponta espera outra sorte Sonha cativa, deitada à mesa Já se esqueceu dos tempos de corte Se entediando à moda burguesa E o que são vinte e poucos anos Entre caudilhos e suas liteiras Já não importa poder ou prata Enquanto houver chuva na roseira Da América do Sul Estrela que cai no mar América do Sul Mar que soluça América do Sul Meu amor Não sei do Sol que se vai poente Do alpendre sinto-me belo e disperso Singrando as vias de um sonho quente Sangrando as veias, meu peito aberto E a cana grassa ao horizonte Como em qualquer canção estradeira Vai se gastando essa vida mansa Meu cão se esquece nessa soleira