Jesus encarnou e se fez homem não somente para poder efetuar a nossa redenção como também para se tornar o modelo da nossa santificação. Ele viveu neste mundo num corpo igual ao nosso e era em tudo semelhante a nós, exceto em relação ao pecado. E Ele estava sujeito às mesmas provações que temos mas todo o uso que Ele fez de Sua mente e de Seus desejos foi exclusivamente para obedecer perfeitamente ao Pai. Realizando o ministério que Lhe foi designado, no poder do Espírito. Ele viveu fazendo todas as coisas para a glória de Deus, vigiando e orando em todo o tempo, e não permitindo ser vencido por quaisquer tentações do diabo. Ele se negou a si mesmo para fazer somente a vontade do Pai, de maneira que se diz em Hebreus que Ele aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu. (Hb 5.8) E para revelar o modo como os homens devem viver para Deus, Ele se santificou a Si mesmo, não no sentido de se purificar do pecado porque não tinha pecado, mas em se submeter perfeitamente à direção e poder do Espírito Santo, de modo que aprendêssemos que devemos ser também santificados segundo este modelo que Ele fixou. Portanto, quando nosso Senhor se santificou a si mesmo Ele se tornou a causa da santidade em todos os crentes. Então a desculpa comum de ser ouvida da parte de alguns crentes que eles não podem se santificar porque não são divinos como Jesus, cai inteiramente por terra, porque é o próprio Cristo que se tornou o objeto e o modelo da santificação deles. De modo que não devem viver os crentes mas Cristo é quem deve viver neles. “Porque para isto sois chamados; pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas.” (I Pe 2.21). A santidade é portanto, basicamente, esta conformidade com Jesus. Por isso se demanda a renovação da mente. Assim, a santidade evangélica na verdade Excede em muito a mera moralidade. É possível que a moralidade não admita que se fale de salvação a ladrões e de meretrizes, mas o dever evangélico não somente o admite como nos ordena isto. Na verdade, uma fria moralidade nos tornará inúteis para sermos instrumentos nas mãos do Senhor para a salvação dos pecadores. Aquele que estiver verdadeiramente santificado não ocultará o juízo de Deus contra o pecado e contra os pecadores que não se arrependerem, mas não serão de modo algum os seus juízes, mas os executores da missão de Jesus na dispensação da graça, que é a de salvar e não a de condenar o mundo. “E se alguém ouvir as minhas palavras, e não crer, eu não o julgo; porque eu vim, não para julgar o mundo, mas para salvar o mundo.” (João 12.47).