A indolência em ouvir e reter a Palavra pregada, para ser praticada, faz com que os crentes tenham grande dificuldade para entenderem as coisas sobre as realidades espirituais e divinas. Quando se fala de indolência em ouvir a Palavra, está também implícita a falta de obediência à mesma, a falta de oração, meditação e de reverência para com Deus, pela falta de exercício da fé para conhecer e fazer a Sua vontade. Alguns ouvem a Palavra para satisfazerem apenas as suas convicções e não se permitirão serem mudados pelo que ouvem; outros para satisfazerem a sua curiosidade; e alguns o fazem por mero hábito; outros para cumprirem uma obrigação religiosa, e há além disto uma infinidade de motivações e interesses que nada têm a ver com o propósito de Deus em ouvirmos a Sua Palavra, que é sobretudo para que a pratiquemos. Sem uma disposição em consagrar a vida ao Senhor pela prática da Palavra, o que ocorrerá é que a Palavra será recebida como uma palavra nocional para simplesmente esclarecer o entendimento, e não como a palavra viva que ela é e que possui poder espiritual para nos transformar à imagem e semelhança de Jesus. Nenhum pastor se iluda portanto, pensando que o seu dever é apenas o de pregar bons sermões, porque há esta fragilidade da natureza terrena para dar boa acolhida à Palavra da verdade. Todos os crentes são chamados a se aperfeiçoarem para que possam conduzir outros à salvação. Para que possam instruir outros na verdade. Mas como farão isto se eles próprios não são guiados pela Palavra de Cristo?