Tava cansado Trabalhei duro mais duro que gado Dei um duro levantando muro pr'esses ratos Cachorro vivendo do resto do rango do rico Do porco sujo desonesto que compra o amigo Que dá bom dia pra geral, não parecer grosseiro Que maltrata o jardineiro, a babá e o porteiro Um dia de trabalho e ele me esculhambando E falando que nóis é um bando De slumdog e quer ser millionaire Correndo atrás do próprio rabo pra não andar a pé Gente com ambição e força pra passar calor Vendendo a alma pra a madame e pro dito dotô Vítima de um bando seleto, secreto de inseto Que vive discreto do teto, olhando direto Pro pobre se lascado torto, morrendo de dor De garantir as férias do rico no exterior Fogo arde em brasa Na veia o sangue esquenta Quando o lado fraco acorda A resposta é sangrenta Fogo arde em brasa Na veia o sangue esquenta Quando o lado mais fraco da corda acorda A resposta é sangrenta Não deixam o pobre viver, não deixam o pobre em paz Não deixam nem o pobre do Deus do pobre em paz Pobre não pode cantar, pobre não pode dançar Pobre não pode rezar pruma graça alcançar Não se contentam em de fome morrer o pobre Ainda tiram os santos que cuidam do pobre Porque pode um rico louvar seu Senhor Mas não pode um pobre a Ogum dar louvor Daí o pobre se mata por dignidade Mas sem ver resultado nem felicidade Ainda que trabalhe por dois, cinco mil ano Vai ter quem pro rico passe um pano E quando a massa se junta pra tudo quebrar Vem os bacana dizendo que é pra dialogar Que não aprova atitude de selvageria Mas que sempre agiu como não deveria Fogo arde em brasa Na veia o sangue esquenta Quando o lado fraco acorda A resposta é sangrenta Fogo arde em brasa Na veia o sangue esquenta Quando o lado mais fraco da corda acorda A resposta é sangrenta