Na primeira manhã que te perdi Acordei mais cansado que sozinho Como um conde falando aos passarinhos Como uma bumba-meu-boi sem capitão E gemi como geme o arvoredo Como a brisa descendo das colinas Como quem perde o prumo e desatina Como um boi no meio da multidão Na segunda manhã que te perdi Era tarde demais pra ser sozinho Cruzei ruas, estradas e caminhos Como um carro correndo em contramão Pelo canto da boca num sussurro Fiz um canto demente, absurdo O lamento noturno dos viúvos Como um gato gemendo no porão Solidão