Ah se eu pudesse, meu Deus, voltar ao tempo passado Rever o lago encantado do meu amado sertão Pisar de novo os caminhos por entre serras e campos A perseguir pirilampos nas noites de São João. Quisera ter a ventura de ver os meus horizontes Beber a água das fontes que nunca pude esquecer Pescar no meu poço verde, lagoa cor de esperança Que a minha alma criança talvez jamais volte a ver. Que coisa estranha é essa vida, como é cruel o destino Que leva o sonho menino de todos os corações Só ficam doces lembranças daquilo que não se esquece A alma se desvanece num vendaval de ilusões. Oh! madrugadas cheirosas da minha terra querida Os bons momentos da vida que tão distante já vão A minha grande saudade é uma volta ao passado Num hino interpretado nas cordas do coração.