Sentindo saudade das coisas da roça O moço poeta deixou a cidade Foi sentir de novo o cheiro do mato E deu-se um fato pra bem da verdade Foi bem recebido por alguns amigos E mal entendido por rivalidade O moço poeta ganhou na chegada A flor desejada pela sociedade Manda poesia à bela Maria Gostou do poeta com sinceridade Mordidos de ciúmes alguns bonitinhos Julgados valente por andar armado Cercaram o moço, poeta modesto Mas o manifesto foi logo abafado Dois dedos de prosas com ponto e vírgula Cobriu de vergonha o povoado Com “erres” e “esses” bem pronunciados Os cowboys de araque foram desarmados Nenhuma palavra caía no chão Só no coração dos encabulados O moço poeta usou da palavra Com jeito de santo e voz de leão E disse, eu conheço o homem valente Olhando a patente dos calos das mãos Eu vejo o roceiro cultivando a terra E o jangadeiro rasgando o tufão Vejo o boiadeiro gritando a boiada E o sertanejo vencendo o sertão Vejo a segurança das nossas famílias E as construções brotando no chão Comércio e indústria do mar e da terra Forças armadas e forças civis Riqueza do solo e potência do espaço Abaixo de Deus tem sua raiz Nos calos das mãos de um homem valente A maior trincheira de um povo feliz A bela Maria beijou o poeta Olhou os mocinhos e alto ela diz De mãos calejadas dê um passo à frente Que eu lhe beijo os pés em nome do país