Cê é escravo do mercado E ninguém bota a cara tapa pra suplicar liberdade Marionete não da conta do recado O controle tá na conta de quem paga estrago a prazo Estraguei minha paciência, na tentativa de induzir Meus fiéis à um lugar melhor, que bom Que ninguém me ouviu, traíram minha confiança E despertaram desespero em megaton Viram quantos pais de família na ingenuidade? Seus filhos viraram o jogo traficado ódio Contornando fúria na paisagem Tomando de assalto a sujeira do pódio Onde a vida vale brita de bicarbonato Joga a coca na água quente com mais cloridrato Olha o futuro brilhante nas mãos da mulata Como rata estoura a lata fodeu seu retrato A elite pouco se fode pra números Sobre os becos, bala na cara do morador da quebra E a mídia fomentando boatos Enquanto a fome aumenta nos barraco da favela Não é questão de ter dinheiro pra mostrar que tem dinheiro Falsidade contamina a ambição de quem é herdeiro Maloqueiro, nos barraco pouco herda E a palavra do seu povo, pro seu povo vale merda Tá decretado o habeas corpus É o preço, o avesso, antes que todos sejam mortos Por si mesmos, é o abismo Crime canta, não é canção de ninar Não me encanta sua pressuposição sem presenciar Vagabundo segue a lei que tá no alcance Quando o pente tá no talo não tem chance de pensar E é dois palito, pro verme Larga impune do local de execução Meliante a sete palmos do chão A favela chora por mais uma alma pressuposta ao carma De uma arma enferrujada, raspada numeração Vai pra conta do papa Rola atraque, nas beirada ganso entupindo a napa E o trabalhador que no final de expediente chapa Foi da um tapa na danada, levou duas coronhada na cabeça Segue o ritmo, tragédia na capa do zero hora Sistema abriu a caixa de pandora Quem disse que homem não chora? Afoga no mar de lágrimas Toda a falsa lamentação da imprensa Quanto vale sua alma? Quanto vale o investimento da nação Em um todo, pela nação? Pergunte a você mesmo quantos somos Fomos frutos de sua imaginação Buscamos proteção Pelos caminhos mais perigosos Escravos de um principio originário O mercado movimenta a lei do cosmo Tá decretado o habeas corpus É o preço, o avesso Antes que todos sejam mortos Por si mesmos, é o abismo Tá decretado o habeas corpus É o preço, o avesso Antes que todos sejam mortos Por si mesmos, é o abismo