Vou cantar com total atrevimento Imitar os ciganos andarilhos Percorrer os caminhos dos trocadilhos Vendo louro inventar um novo invento Misturar poesia e andamento Construir uma alma estradeira Ter um sonho normal numa esteira Numa noite no lindo moxotó Caminhar nas estrelas vendo o pó Das passadas da glosa derradeira Imitando o pavão com suas cores Vou vestir colorido em minha vida Tratarei como sábio esta ferida Pra lembrar a loucura dos amores Pois os loucos, os grandes sabedores Dão ao lúcido a loucura do real Pra mostrar que o bem intencional Faz morada em lugar bem diferente Qualquer cor, qualquer dor é sempre gente Sugerindo a paixão o seu aval A tarefa é não ter nenhum caminho Pra encontrar o caminho do não ter Ser irmão do bonito amanhecer Ser agulha seguindo o seu alinho Encontrar multidões quando sozinho Colocar tom menor no violão Ser maior entoando uma canção Perceber quanto tempo falta ainda Colocar no cabelo a fita linda Como fosse uma estrofe de cancão