Canto e quando canto eu tenho tudo Tenho a mim mesmo, solto no fogo Tenho o que fala, estando mudo Tenho o que joga, fora do jogo! Já vivo a sorte de ser um corte Bebo a certeza de ter no sangue A direção de nunca ser norte E a dor-delícia de vir do mangue Nesta fogueira, meu verbo inflama Deixo minar o sangue da ferida Quero mais lenha sobre esta chama Pois nunca quis ver outra saída Quando me ardo, acendo a flama Quando me queimo, ascendo à vida! Quando me ardo, acendo a flama Quando me queimo, ascendo à vida! Nesta fogueira