A brancura das minhas páginas É um lar de lágrimas Um lar de lágrimas Nas minhas folhas em branco Cabe tanto pranto Cabe tanto pranto No meio do meu caderno Há o céu e o inferno E a cruz e a espada O verão e o inverno E as madrugadas de conflito interno Que eu escrevo só A ponta da minha caneta É um mar de letras Um mar de letras E dentro da linha reta Circula quieta Circula quieta No meio do meu poema Loira e morena E a noite e o dia Tv, cinema e as fantasias de conforto intenso Que eu escrevo e só A sede da minha retina É um bar de rimas Um bar de rimas Que eu mato a sede do vício Tal qual vinícius Tal qual vinícius No meio do meu caminho Há pão e vinho E há luz e as trevas Há flor e espinho E adão e eva Num confronto íntimo Que eu escrevo e dói A tocha da minha caverna É um par de pernas Um par de pernas E guia minha poesia Com maestria Com maestria No meio do meu projeto Há chão e teto Tramela e porta Há dama, afeto Parque e uma torta De confeito intrínseco Que eu escrevo e deu