Eu quero ser alguém Viver feliz também Esperança eu tenho No meu sonho infantil Eu quero amor também Não ser joão-ninguém Sem lar, sem pão com dor Eu quero ser alguém Viver feliz também Num lar, com pão, sem dor Sou como pau-brasil Peroba, pinheiral Morrendo indefeso Como morre um animal Preciso de atenção Dos homens da nação Se eu nasci, não foi por mal Eu não nasci pivete do asfalto Nem por convicção bato carteira Apenas me defendo do assalto Desse sistema que me deu Tanta rasteira Meu sonho eu sei que não levo pra casa Eu sei que custa caro um diploma De ser grande doutor, um grande artista Meu palco é quando eu volto de carona Quando eu chego no meu barracão É lá que bate forte meu coração