Há quem tenha o coração tão largo Que entramos à vontade Há quem tenha o coração tão largo Que só enxergamos a metade Há quem tenha o coração tão frágil Que partiríamos ao tocar Há quem tenha o coração tão frágil Para viver sem se arriscar São cheios de flores nos olhos Os olhos a flor do medo Do medo de perder o trem Que leva pra o seu destino Há quem tenha o coração tão terno Onde descansa o carneirinho Há quem tenha o coração tão terno Meio homem, meio anjinho Há quem tenha o coração tão vasto Que estão sempre de viagem Há quem tenha o coração tão vasto Para privar-se de miragem São cheios de flores nos olhos Os olhos a flor do medo Do medo de perder o trem Que leva pra o seu destino Há quem tenha o coração tão à mostra Que só podem distribuir Há quem tenha o coração tão à mostra Que todos podem se servir Esse coração tão à mostra Tão frágil e tão terno Maldito seja o silêncio Que nem poderia ouvi-lo É cheio de flores nos olhos Os olhos a flor do medo Do medo de perder o trem Que leva pra a sua sorte