Zeca Baleiro

Corações Ternos

Zeca Baleiro


Há quem tenha o coração tão largo
Que entramos à vontade
Há quem tenha o coração tão largo
Que só enxergamos a metade

Há quem tenha o coração tão frágil
Que partiríamos ao tocar
Há quem tenha o coração tão frágil
Para viver sem se arriscar

São cheios de flores nos olhos
Os olhos a flor do medo
Do medo de perder o trem
Que leva pra o seu destino

Há quem tenha o coração tão terno
Onde descansa o carneirinho
Há quem tenha o coração tão terno
Meio homem, meio anjinho

Há quem tenha o coração tão vasto
Que estão sempre de viagem
Há quem tenha o coração tão vasto
Para privar-se de miragem

São cheios de flores nos olhos
Os olhos a flor do medo
Do medo de perder o trem
Que leva pra o seu destino

Há quem tenha o coração tão à mostra
Que só podem distribuir
Há quem tenha o coração tão à mostra
Que todos podem se servir

Esse coração tão à mostra
Tão frágil e tão terno
Maldito seja o silêncio
Que nem poderia ouvi-lo

É cheio de flores nos olhos
Os olhos a flor do medo
Do medo de perder o trem
Que leva pra a sua sorte