Nas horas mortas do dia Levo a vida, sem pressa Conforme um rio no tempo Que navegando às avessas Seguisse da foz à fonte Lá onde tudo começa Partindo de algum futuro Ficcional e distante O tempo volta os ponteiros De seu relógio elegante Séculos se dissipando Milênios virando instantes O ciclo do plenilúnio Retrocedendo ao minguante Partindo do oceano Com destino às corredeiras Seguindo o curso dos peixes Galgando as cordilheiras Faço crescer as águas Que correm pelas ribeiras Buscando o último sono No colo da cabeceira O ancião que não fui Em busca da mocidade Contracorrente, reflui Ao âmago da eternidade Olha eu de novo solteiro Pleno de sonhos e planos Belo e feliz hospedeiro Na casa dos vinte anos Como um rio no tempo Funcionando às avessas Seguindo da foz à fonte Lá onde tudo começa Nas horas mortas do dia Levo a vida sem pressa