Vêm de lá meus olhos perdidos na busca infinda O cheiro doce da chuva na terra santa Meus sonhos não esquecidos desde menino Mergulho em mundos criados quando criança Lá se vão os morros fazendo o contorno do céu Cortados à mão por trilhas e cavalgadas Fazendo grotas por entre o verde véu Brotando água em pedras pelas estradas E os velhos sonos das vogais escancaradas Do estalido da lenha ardendo no fogão Da chuva açoitando a terra molhada Das águas apressadas do ribeirão Dias longos, noites de eterno e sincero deleite De primos, risadas e flores nos canteiros Sanfona, batuque, viola no terreiro Mil luzes de estrelas cadentes em ciranda E o cheiro que vinha de dentro da mata, manhã cedo Parecia feito de sonhos, diademas Ao longe o canto risonho das siriemas Quebrando o silêncio sereno das varandas E os velhos sons das vogais escancaradas Do estalido da lenha ardendo no fogão Da chuva açoitando a terra molhada Das águas apressadas do ribeirão