Garça branca, sentinela da lagoa Vive triste sem ninguém a quem amar Garça branca bate as asas quando voa Vai ligeira e leva longe o meu olhar Garça branca, minha sina é igual a sua Vivo triste sem ninguém a quem amar E no espelho da lagoa vejo a lua Refletida feito ave a voar Essa garça é a minha alma que navega Vai certeira feito flecha, fere o céu E no sangue do poente voa às cegas Qual as notas na canção do menestrel Garça branca a solidão me desespera Quem me dera eu voasse com você Fiz as asas com a cera da quimera O sol quente fez a cera derreter Garça branca, o meu cantar é de tristeza Pois o tempo vai depressa como um trem Feito a água que evapora da represa Choro sempre com saudades do meu bem