Zebeto Corrêa

Flor de Romã

Zebeto Corrêa


Como saber se um dia posso contar de novo
Com tua alegria, delicadeza e gosto
Saiba que aqui o tempo nem bole o teu retrato
Que só a ti eu devo, o filho, a flor, o fato

Como saber se um dia tu me farás contente
Se depois do jantar me servirás teu coração ardente
Se me farás embriagado com tua ousadia
Me deixarás prostrado até acontecer o dia

Ou será que já tomaste a estrada que vai dar noutros quintais
Se nossos trajes desbotados foram abandonados nos varais
Verás que ainda me resta, teu cheiro de flor de romã
Juntas os versos numa valsa, brindar a solidão

Vem me dizer se posso tocar minha sanfona
Pra anunciar a nossa festa e afugentar o nosso engano
Se me darás ainda o braço e a tua companhia
Se te apressarás sedenta quando findar o dia

Ou será que já tomaste a estrada que vai dar noutros quintais
Se nossos trajes desbotados foram abandonados nos varais
Verás que ainda me resta, teu cheiro de flor de romã
Juntas os versos numa valsa, brindar a solidão

Vem me dizer se posso tocar minha sanfona
Pra anunciar a nossa festa e afugentar o nosso engano
Se me darás um novo laço e a boa companhia
Se cairás rendida nos meus braços quando raiar o dia