Zebeto Corrêa

Encantado

Zebeto Corrêa


Por não ter a força das correntes
Por não ter a calma das nascentes
Fui jorrar meu rio nas canções
Por queimar no fogo dos amantes
E não jogar o jogo dos farsantes
Fui banhar-me no brilho das manhãs

Me atirei ao mundo loucamente
Percorri caminhos e vertentes
Fui beber na fonte das paixões
Vivi como se não houvesse o antes
Renasci a cada dia, cada instante
Toda vez que calaram minha voz

Quem sou pra dizer se isso foi bom
Quem sou eu pra tentar mudar o tom
Quem sou eu pra julgar meu coração
Menino sem razão, sem juízo, sem nada

Por amar demais eu cantei
Pra encontrar a paz eu cantei
E sigo encantado pela vida
Ventos, temporais que passei
Me levaram ao cais e ancorei
No porto (in) seguro que é a música