Minha alma anda pelas ruas Toda nua a delirar Distribuindo olhares derrubando muros plantando árvores Amarrando afagos distribuindo espaços Minha alma quis ser morador de rua Dono de nada no meio de tudo Ausente de ternura Foi ser chuva do cerrado Descer das nuvens De olhos fechados Fazendo dessas águas Rios abraçados de lagos Passei a vida criando minha alma Mas não foi à toa Um dia ela será minha canoa Ninguém sabe bem o que persigo Ninguém sabe o que eu passo Sou alma, asas, pernas e braços Penso às vezes em partir Outras ficar Eu e minha alma Moramos no mesmo lugar Passei a vida criando minha alma Mas não foi à toa Um dia ela será minha canoa