O teu corpo angelical Tem o prenúncio do mal Do teu negro fingimento De receber grosserias Não tenho mais poesias Pra contar meu sofrimento Nos meus caminhos sem flores Sou mais um dos sofredores Que não chegou muito além Parei ante as amarguras Por dar crença às falsas juras De quem nunca me quis bem És a ninfa fugitiva Que num loureiro se priva Me negando o amor teu Eu sou como um triste apolo Que chora à falta dum colo Que não chegou a ser meu Na névoa das esperanças Sepultei minhas lembranças Com o selo da ingratidão Tenho a marca no meu peito Quem canta um amor desfeito Sente saudade e paixão Holocausto de tristeza Imolou toda firmeza Duma amizade sincera O destino traiçoeiro É o único mensageiro Do amor que não prospera Teu egoísmo insensato Desfez o nosso contrato Que devia estar em paz De sofrer me libertei Jamais acreditarei Em juras que mulher faz Procurei te entender Não pude compreender A razão do teu olhar Desafiando os desejos Os suplícios dos teus beijos Que nascem pra castigar Eu sei que tu não quiseste Cumprir o que me disseste Mas estou desiludido Desta tua incoerência Perdi toda paciência De não ser correspondido Quando desejava ver-te Tinha medo de perder-te Ambicioso do amor Herança incomum da vida Roseira descolorida Que no Sol perdeu a cor Este amor deixou raízes Com profundas cicatrizes Neste passado entre nós O vento que varre os montes Conversa nos horizontes Imitando a tua voz Só resta dizer-te adeus Sabendo que os beijos teus Não servem mais para mim Na palidez do meu rosto Vê-se a marca do desgosto Dum amor que teve fim Eu juro que te quis bem Mas vou atrás de alguém Que me dê felicidade Decidi minhas escolhas Hoje os meus sonhos são folhas Do loureiro da saudade