Não faz muito tempo, seu moço Nas terras da Paraíba Viveu uma mulher de fibra Margarida se chamou E um patrão com uma bala Tentou calar sua fala E o sonho dela se espalhou Já faz muito tempo, seu moço Que enriba deste chão E em toda nossa Nação O pobre é pra lá e pra cá Lavrador faz mas não come E a miséria é sobrenome Do povo deste lugar E quando na carne da gente ardia a opressão Margarida erguia a mão E seu grito era o nosso clamor Daqui a algum tempo, seu moço Se a gente não se cuidar Se o pobre não se ajudar Tubarão engole a alegria Pois o jeito é treinar o braço Para desatar esse laço Que amarra o fulô do dia E quando na roça da gente brilhar as espigas Vai ter festa e nas cantigas Margarida vai viver E quando na praça e na rua florir Margaridas Vai ser bonito de ver Vai ser bonito de viver!