A vontade que eu tenho É ser pipoca Na alegria permanente de pular Na quentura se descasca Vai em frente Cada salto é diferente E tem brancura de luar Como uma fonte em jatos Eu seria E faria acrobacias sem parar No calor borbulhante cresceria Qual um feixe de poesia Morreria sem notar Em cada estalo um eco quente Festivamente retinindo pelo ar É quando jogam sal na gente E que no cheiro ninguém para de pensar pá, párapapa pá, pá, pa Pipoca pá, párapapa, pá, pá, pá pra pipocar Deste jeito que viajo Em outros planos Vendo anjinhos sem asas A voar Carneirinhos na contagem Dos meus sonhos São pipocas, são rebanhos Salpicantes a dançar Qual manteiga me derreto Nesta alvura Não há frescura, nenhuma Em saltitar Quem não gosta de pipoca É amargura E se quiser não me engula Mas na goela vou ficar Na França me dirigia ao aeroporto quando senti um aroma que achei ser chique O último Rango em Paris ser a pipoca Mas no requinte dei, foi um trambique Deste jeito que viajo Pipoca Aquele Rango em Paris