Zé Ramalho

O Autor da Natureza

Zé Ramalho


Tom: C

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       A natureza
     E7    A
A natureza
     E7    A
A natureza
     E7
A natureza

                          A
O que prende demais minha atenção
                    E
É um touro raivoso numa arena
                       A
Uma pulga do jeito que é pequena
                    E
Dominar a bravura de um leão
                    A
Na picada ele muda a posição
                         E
Pra coçar-se depressa com certeza
                        A
Não se serve da unha nem da presa
                        G
Se levanta da cama e fica em pé
                   F#
Tudo isso provando quanto é
          F        E7   A   E
Poderosa e suprema a natureza

                   A
Admiro demais o beija-flor
                    E
Que com medo da cobra inimiga
                        A
Só constrói o seu ninho na urtiga
                    E
Recebendo lição do criador
                       A
Observo a coragem do condor
                         E
Que nos montes rochosos come a presa
                  A
Urubu empregado da limpeza
                       G
Quanto é triste a vida do abutre
                          F#
Quando encontra um morto é que se nutre
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Quanto é grande e suprema a natureza

                     A
A abelha por Deus foi amestrada
                      E
Sem haver um processo bioquímico
                    A
Até hoje não houve nenhum químico
                    E
Pra fazer a ciência dizer nada
                 A
O buraco pequeno da entrada
                       E
Facilita a passagem com franqueza
                 A
Uma é sentinela de defesa
                      G
E outras se espalham no vergel
                        F#
Sem turbina e sem tacho fazem mel
                F        E7   A    E
Quanto é grande o poder da natureza

                        A
Não há pedra igualmente ao diamante
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Nem metal tão querido quanto o ouro
                 A
Não existe tristeza como o choro
                      E
Nem reflexo igual ao do brilhante
                         A
Nem comédia maior que a de Dante
                    E
Nem existe acusado sem defesa
                        A
Nem pecado maior que a avareza
                        G
Nem altura igualmente ao firmamento
                        F#
Nem veloz igualmente ao pensamento
               F          E7   A   E
Nem há grande igualmente à natureza.

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Tem um verso que fala da maconha
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Que é uma erva que dá no meio do mato
                     A
Se fumada provoca um tal barato
                      E
A maior emoção que a gente sonha
                  A
A viagem às vezes é medonha
                       E
Dá suor, dá vertigem, dá fraqueza
                      A
Porém quase sempre é uma beleza
                       G
Eu por mim experimento todo dia
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Se eu tivesse uma agora eu bem queria
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Pois a coisa é da santa natureza