Zé Ramalho

A Peleja de Apolo e Pam

Zé Ramalho


Comércio na feira
Parou Sol e parou Lua
Parou no meio da rua
O galho em que os dois se encontraram
Apolo e Pam se fitaram
A natureza calou-se
E a vida continuou-se

Na voz dos dois cantadores
Formou-se ali uma ponte
E o povo viaja nela
Era uma passarela
Transpondo os dois horizontes
Voltando às suas origens
Bancovocando vertigens
Trazia o povo de volta
Arrastando com escolta
Mostrava o povo a riqueza
Subestimando a pobreza
Causava nos dois revolta

Mas, Apolo acalma o povo
Livra a corrente de novo
Que na passarela solta