É que eu sou malandro, batuqueiro Cria lá do morro do Salgueiro Se não acredita, vem no meu samba pra ver O couro vai comer! Laroiê, Mojubá, Axé! Salve o povo de fé, me dê licença! Eu sou da rua e a lua me chamou Refletida em meu chapéu O rei da noite eu sou Num palco sob as estrelas De linho branco vou me apresentar Malandro descendo a ladeira ê, Zé! Da Ginga e do bicolor no pé Pra se viver do amor pelas calçadas Um mestre-sala das madrugadas Ê, filho da sorte eu sou Vento sopra a meu favor Gira sorte, gira mundo, malandro deixa girar Quem dá as cartas sou eu, pode apostar! O Samba vadio, meu povo a cantar Dia a dia, bar em bar Eis minha filosofia Nos braços da boemia, me deixo levar... Eu vou por becos e vielas Eu sou o barão das favelas Quem me protege não dorme Meu santo é forte, é quem me guia Na luta de cada manhã Um mensageiro da paz De Larôs e Saravás