Arreda que chegou o Paraíso Navegar foi preciso Leva o encanto que partiu das Índias Ah mar de Brahma e infinda primavera Águas de cravo e canela Rota de especiarias Um dia Yemanjá soprou vento de Oyá Um navio aportou no seu destino Beijando à costa do Pára Oh Marajoara Berço de antigos artesãos Sobreviventes com a força e a bravura Um rebanho de cultura As raízes desse chão O artista do norte No auto te fez tradicional Negro entregue a própria sorte Cantava e dançava Na colheita um ritual Quem te ouviu foi Benedito cantador Nas aventuras que vovó contou Búfalo Bumbá resistência popular Alma do amor que te ergueu A tua raça é fortaleza meu altar De Marajó o nosso apogeu Palmeira que não debruça Não te prende ao buriti Ninguém segura a manada do Tuiuti Mogangueiro coroado áurea divina Brasileiro abençoado de melanina A cor do Tuiuti é sua cor De cara preta vencedor