Ando muito aborrecido, vivo triste amolado De viver cá na cidade neste lugar apertado Pois com este baruião eu não tô acostumado Aqui não tenho sossego nem quando estou deitado Quero ir pro meu sertão para viver sossegado O meu ranchinho pra mim é um palácio encantado Eu quero minha espingarda que tem o cano trochado Minha viola de pinho e meu cavalo bragado Agora por esses dia no trem eu tô embarcado Quero morá lá na roça onde eu fui criado Eu quero vê as morena do meu sertão brasileiro Com seu vestido de chita arrastando pelo terreiro Aqui só tem grã-finage por todo canto que vai A gente já não conhece quem é fio de papai Mais pra mim esses grã-fino deve viver de vento Por fora bela viola por dentro pão bolorento Pois até a minha irmã eu já tenho arreparado Tinha o cabelo liso agora tá ondeado Pinta as unha, pinta a boca, pinta os carcanhá rachado Sei também que ela pinta o sete dos namorado Vô escrevê uma cartinha pro meu compadre Mané Pra chegá na estação e levá meus cacaréco Meu lampião de querosene e o fogão de chaminé Quatro peça da cozinha e o papagaio da muié