Nascido no campo Este peão fandangueiro Sangue de gaiteiro Nas veias correndo Assim fui crescendo Despacito e a vontade Personalidade, comigo trazendo Com garra e coragem Nesta profissão Sigo a missão De viajar pela estrada Palas madrugadas Carcando um gitaço Com força no braço Sigo a jornada É assim que eu sou Não mudo meu jeito Uso a camisa Aberta no peito Cabeça erguida Chapéu bem tapeado Olhar caborteiro Para qualquer lado Somente a minha gaita Parceira sagrada Da voz afinada Me compreende bem Memória ela tem Na ponta dos meus dedos Sabe os meus segredos E não conta a ninguém O verso que canto Eu mesmo que faço Sem muito embaraço Ele brota da mente Igual a uma vertente De imaginação Transforma em canção O que minha'lma sente Na lida campeira Conheço o riscado Lutar com o gado E montar em cavalo Atiro no embalo Meu laço campeiro Ginete e gaiteiro Cantando eu pealo Saudades eu deixo Por onde eu passo Pra tudo que faço Tenho vocação Carrego a razão Fico bem do meu jeito Qualidade e defeito Faz parte do peão