Corre um boato aqui donde eu moro Que as mágoas que eu choro São mal ponteadas Que no capim mascado do meu boi A baba sempre foi Santa e purificada Diz que eu rumino desde menininho Fraco e mirradinho A ração da estrada Vou mastigando o mundo e ruminando E assim vou tocando Essa vida marvada É que a viola fala alto no meu peito humano E toda moda é um remédio pro meu desengano É que a viola fala alto no meu peito humano E toda magoa é um mistério fora desses planos Pra todo aquele que só fala que eu não sei viver Chega lá em casa pro uma visitinha Que num verso ou num reverso da vida inteirinha Há de encontrar-me num cateretê Há de encontrar-me num cateretê Tem um ditado dito como certo Que cavalo esperto Num espanta boiada E quem refuga o mundo resmungando Passará berrando essa vida marvada Cumpade meu que envelheceu cantando Diz que ruminando da pra ser feliz Por isso eu vagueio ponteando e assim procurando A minha flor-de-lis É que a viola fala alto no meu peito humano E toda moda é um remédio pro meu desengano É que a viola fala alto no meu peito humano E toda magoa é um mistério fora desses planos Pra todo aquele que só fala que eu não sei viver Chega lá em casa pro uma visitinha Que num verso ou num reverso da vida inteirinha Há de encontrar-me num cateretê Há de encontrar-me num cateretê Vocês que fazem parte dessa massa Que passa dos projetos do futuro É duro tanto ter que caminhar E dar muito mais do que receber E ter que demonstrar sua coragem À margem do que possa parecer E ver que toda essa engrenagem Já sente a ferrugem lhe comer Eh, oh, vida de gado Povo marcado, eh Povo feliz! Eh, oh, vida de gado Povo marcado, eh Povo feliz! Lá fora faz um tempo confortável A vigilância cuida do normal Os automóveis ouvem a notícia Os homens a publicam no jornal E correm através da madrugada A única velhice que chegou Demoram-se na beira da estrada E passam a contar o que sobrou Eh, oh, vida de gado Povo marcado, eh Povo feliz! Eh, oh, vida de gado Povo marcado, eh Povo feliz! Oh, oh, oh O povo foge da ignorância Apesar de viver tão perto dela E sonham com melhores tempos idos Contemplam esta vida numa cela Esperam nova possibilidade De verem esse mundo se acabar A arca de Noé, o dirigível Não voam, nem se pode flutuar Não voam, nem se pode flutuar Não voam, nem se pode flutuar Eh, oh, vida de gado Povo marcado, eh Povo feliz (eu quero ouvir vocês, vai) Eh, oh, vida de gado Povo marcado, eh Povo feliz! Ooi Oh, uoh, uoh, uoh, uoh, eh, eh, eh, boi Eh, boi, yeah, yeah, boi