O currila correu Se enfurnou pelo mato Na beira da estrada Nem deu tempo de ver Sua penugem rajada Lá ficou ele escondido Só dando risada Sou capiau e só ando no mato Prestando atenção Se é passarinho que vejo Não serve pra temperar meu feijão Mas ele tempera a vida De poesia e beleza Seu canto tempera a viola Que toca umas moda Pra espantar tristeza Muitos amores eu tenho na vida Por encontrar Tirar o leite das pedras E o milho da roça por semear Canguçu dá o bote Teiú dá rabada Alma de gato erra pelo sertão Errar é a sina De quem não fincou suas raízes no chão