Cinco e pouco da manhã Eu vou para o trabalho A lotação sacode Me arrebenta no caminho Chego tarde na seção O chefe explode Dá meio-dia todo mundo sai Pensando na cachaça E no farto almoço Eu abro a minha marmita Abobrinha frita Carne de pescoço Seis da tarde todos vão embora Só eu fico atolado. Uma, duas, três horas Depois enfrento a condução Quase sempre confusão Meu Deus, Nossa Senhora Se chego em casa mais de meia-noite A "muié" já tá dormindo Eu fiquei na mão Daí a pouco o dia tá chegando Continuo esperando outra ocasião E no fim do mês Não sobra grana para o futebol Pra tomar a cana, pra pegar um sol Pra ganhar um brilho, pra fumar tabaco Pra sair do trilho, cafuné na nuca Pra jogar sinuca nunca sobra taco O homem que não tem vício é um fraco