Olá você Que carrega nas costas um fardo pesado que a estrada do tempo amarelou Que anda nas ruas olhando pro chão sem coragem de olhar pro ancião que passou Que deixou sua barba crescer e voltou a usar sua roupa surrada Que pensou que era dono de tudo e hoje uma simples palavra te mostra que o saldo atual é nada Olá você Que julgou conhecer os atalhos (caminhos de quem desconhece porteira fechada) Que cruzou velhos mares montanhas e rios até despertar nesta encruzilhada Que usou do poder sem poder E avocou para si a palavra final Que pensou que era dono de tudo e o seu tudo te mostra na fria palavra que o saldo atual é nada Mas e daí ô cara você tem que saber Que apesar de tudo que anda acontecendo por aí você ainda pode ser Lírico, romântico, poético e ainda ouvir o barulho do trem na hora do amor Uma lata de cerveja bem gelada Um hambúrguer em plena madrugada Guardar este velho coração curtido Lembrar o que já foi dito "Palavras são palavras" que muitas vezes não dizem nada