Entre a linha do horizonte E as copas dessa mata Há um luar beirando prata Que nos cede sua luz Entre cipós e folhagens Pirilampos sorrateiros Mostram para os garimpeiros Não é só ouro que reluz Bate o sino na distância Fere o calo nessa mão Já desperta a alvorada Nossa gente na roçada Quer colher o seu quinhão Há depois de cada curva uma reta Há num bando de canários uma orquestra Há depois da nuvem escura, temporal E eu, caboclo, tô pensando Se é chegada a minha reta Se me afino nessa orquestra É tão forte a cantoria Que transborda o meu bornal