Tornei-me um ébrio, na bebida busco esquecer Aquela ingrata que eu amava e que me abandonou Apedrejado pelas ruas vivo a sofrer Não tenho lar e nem parentes, tudo terminou Só nas tabernas é que encontro o meu abrigo Cada colega de infortúnio é um grande amigo Embora tenham como eu seus sofrimentos Me aconselham e aliviam meu tormento Já fui feliz e recebido com nobreza até Nadava em ouro e tinha alcova de cetim E a cada passo um grande amigo que depunha fé E nos parentes confiava sim E hoje ao ver-me na miséria tudo vejo então O falso lar que amava e que a chorar deixei Cada parente, cada amigo era um ladrão Me abandonaram e roubaram o que amei Falsos amigos, eu vos peço, imploro a chorar Quando eu morrer na minha campa nenhuma inscrição Deixai que os vermes pouco a pouco venham terminar Este ébrio triste, este triste coração Quero somente que na campa em que eu repousar Os ébrios loucos como eu venham depositar Os seus segredos ao meu derradeiro abrigo E as suas lágrimas de dor ao peito amigo Já fui feliz e recebido com nobreza até Nadava em ouro e tinha alcova de cetim E a cada passo um grande amigo que depunha fé E nos parentes confiava sim E hoje ao ver-me na miséria tudo vejo então O falso lar que amava e que a chorar deixei Cada parente, cada amigo era um ladrão Me abandonaram e roubaram o que amei