Conheci um caboclo que era diferente Muito embora sendo filho do sertão Deixou sua foice e o velho machado Para ser soldado e servir a Nação Cansado de ver as árvores tombando Como anunciando prenúncios do mal Estivas de toras de grandes queimadas Ele se tornou um guarda florestal Jurou a bandeira, prestou compromisso Luta e sacrifício foi sua jornada Dentro das florestas na beira dos rios Ele proibiu a grande derrubada Foi elogiado por seu comandante Em terra distante do nosso estado Foi contra a indústria de poluição Salvou ribeirões e rios afamados Numa noite fria no mês de agosto Ali perto do poço onde pernoitava Percebeu ao longe gritos de socorro Por detrás do morro o fogo alastrava Ao aproximar-se de uma casinha Que o fogo já tinha quase destruído Uma mulher gritando desesperada Salva, seu guarda, meu filho querido O guarda enrolou-o num pano molhado Entrou pra salvar o menor que morria Pegou a criança, tirou para fora Para os pais nesta hora foi grande alegria Enquanto a criança chorava assustada Os pais procuravam o guarda querido Porém não deu tempo que ele saísse Morreu com certeza do dever cumprido