Chapéu quebrado na testa Bem ao gosto das meninas Meu traje de boiadeiro Onde o couro predomina O meu cavalo de raça Frente aberta e meia crina Eu vou tocando a boiada E cumprindo a minha sina Boiadeiro sou por gosto Faço aquilo que me inclina Montando e jogando laço Na lida ninguém me ensina Se vejo a morte por perto Tenho fé na luz divina Faço pra que reza forte Com meu gênio não combina Boiada vai caminhando Serra abaixo e serra acima Formando nuvens de pó Que se espalha na campina E quando o gado estoura E a correr se desatina Jogo o laço e jogo a vida Na lida que me fascina Nasci pra ser boiadeiro Não pra ser gente grã-fina Vivo no meio da poeira Onde o perigo é rotina Nas patas do meu cavalo Não tem boi que me domina A estrada da minha vida Só Deus sabe aonde termina