Quando eu pego a viola de pau de candeia Meu peito se abre, meu dedo ponteia Eu já sinto meu sangue fervendo na veia Coração ingrato comigo pranteia Quando eu chego na festa que o povo arrodeia As mocinhas suspira, as casadas proseia No meio do povo as moça me campeia Na minha chegada rojão bombardeia Quando eu bato a viola os violeiro raleia Já fica com a purga por detrás da oreia Violeiro de fama eu amarro na peia Eu faço é ficar é no pé da correia Quando eu bato catira tudo balanceia O assoaio estremece, cai caco de teia Cantador invejoso comigo bambeia No braço da viola ninguém não me enleia E pra certos violeiro que muito papeia Vai nosso endereço, quem quiser que leia Esses violeirinho que só garganteia Pode vir aos monte, ninguém dá pareia Só se vem meus ouvintes que nos apreceia Falar e não ser é coisa muito feia Sei que o nosso dueto é um enxame de abeia Me aponte um violeiro que não garganteia