Coitado do meu tordilho, nunca me sai da lembrança Era o meu companheiro nos meus tempos de criança Puxando mandioca e milho a vida não era mansa Dava pena do tordilho, não tinha frio nem calor Quando o peso era demais se encharcava de suor O meu pai batia nele eu é quem sentia a dor Eu era muito criança, não esqueço a judiação Cada vez que ele apanhava doía meu coração Chegava se ajoelhar e eu chorava de emoção Como os animais sofrem, ficava pensando assim Tem que trabalhar de graça ou a troco de capim E ainda como presente apanhava de camboim O que eu falo é verdade, uma criança não mente É uma marca muito triste que o meu coração sente Lembrando do meu tordilho que apanhava inocente