Zé Barth

Meu Tordilho

Zé Barth


Coitado do meu tordilho, nunca me sai da lembrança
Era o meu companheiro nos meus tempos de criança
Puxando mandioca e milho a vida não era mansa

Dava pena do tordilho, não tinha frio nem calor
Quando o peso era demais se encharcava de suor
O meu pai batia nele eu é quem sentia a dor

Eu era muito criança, não esqueço a judiação
Cada vez que ele apanhava doía meu coração
Chegava se ajoelhar e eu chorava de emoção

Como os animais sofrem, ficava pensando assim
Tem que trabalhar de graça ou a troco de capim
E ainda como presente apanhava de camboim

O que eu falo é verdade, uma criança não mente
É uma marca muito triste que o meu coração sente
Lembrando do meu tordilho que apanhava inocente