Sou uma abelha a procura de flores Faço minha carga e para o rei entrego Estou sentindo de uns tempos pra cá Um gosto diferente nas flores que eu pego Estão maltratando e pondo veneno E lá para o ninho veneno carrego Tem vez que tonteio e tenho que parar Ajeitando a carga do galho escorrego Vi muitas amigas de pernas pra cima Por esses venenos que o povo aplica Até passarinhos já encontrei mortos E o povo não vê que a coisa se complica Querem vida boa e não fazer força Não se importando como que nos fica Não sabe que vão comer mel com veneno Vai morrer também com tua própria isca Sou uma abelhinha muito pequenina Que perto do homem quase ninguém via Mas tenho juízo e nem se compara Com essas pessoas que vejo hoje em dia Estão acabando com a natureza E entre nós dois tenho mais serventia Não fosse a ganância e a tal de preguiça Com esse veneno nós nunca sofria