Minha canção traz O perfume da incerteza Solidão, dor e tristeza Sonho, pecado e paixão Nos versos de um poeta suburbano Se esconde, eu não me engano Um cantador do sertão Perdido no concreto da cidade Quando me bate a saudade Do verde canavial Me lembro, do amigo que dizia A vida é vestir fantasias Pão e circo, carnaval! Eu sei da saga de um retirante Sei o sofrer do migrante Engolindo a sua trilha Eu sei da calejada mão desempregada A caça á esperança e ao leão de cada dia No derradeiro encontro com a terra Será minha fantasia um velho pinho que plantei Nos sonhos de uma infância tão distante Lá se vai mais um migrante Que sonhou em ser um rei Sei bem da poeira das estradas Meninas pelas calçadas Sorrisos de ouro e cetim Encilhei na dor todos meus sonhos E esses versos que componho Saem mascados assim Aqui meu coração saiu do trilho Meu olhar perdeu o brilho Tanta saudade de mim Eu tão pequeno na cidade grande Talvez um dia eu me mande Pro lugar de onde vim!