O tempo no ponteiro Aponta pra alma Vazia Repleta De nada A vida num rio Escorre pelas veias Do relógio metálico Tão frio No meu epitáfio o que eu podia ter sido E o que me impedia de ser o tecido Da tua veste pra te aquecer Era ser quem eu sou Tão longe, de perto A memória do carvalho De pedra e aço, do meu peito Tentando pulsar Por você No meu epitáfio poemas sombrios Agouros Da morte sozinho, é o meu destino Sem você É o meu jeito tão frágil de ser Me diz então uma vez mais Que eu já não estou tão só Se a solidão é a minha sina Eterna dor maior Cuidado com meus cacos pra não se cortar No meu epitáfio poemas tecidos Em dores sem afago E em choro sem alguém do meu lado É o caos que se tornou o meu ser No meu epitáfio, presentes passados Do tempo de me entregar Me doar, pra ser um pouco mais