Xirú Missioneiro

Tesourinho de Muié

Xirú Missioneiro


Arranjei uma muié pra ver se arrancava um piá
Que é pra quando eu ficá véio
Deixá outro em meu lugá
Mas meu prano não deu certo
Esta foi de trupicá
Deste cartucho vazado não há jeito de istorá

Levei ela no dotôr que é pra isto consurtá
O dotor deu uma oiada e mandô me mete de apá
Vai pinguelo e munição até o dia clariá
A desgraçada é faiada não há jeito de emprenhá

(bamo mete más, meu tesourinho
Tá bem bão este taréco)

Uma muié boa de cara e o corpo é de abafá
Se agachou iguar samichunga
Me morde e me agarrá
Cos quarto tudo de fora
Pra mó de me provocá
Reboleia e faz gracinha
Só pensa em cafuneziá

(pare, desgraçadinha, não me morde as oreia
Não faz assim, senão deus não te ajuda)

Tergada igual sorro de grota
E o desastre a quartería
Mas está igual raposa veia que não agarra mais cria
Tu ta más do que um morcego
Em um chaminé topetudo
Ronca e bufa a noite inteira
Igual a um tatu peludo

(diz que muié e churrasco só dá lucro na hora do armoço)

Comemo um pernil de porco
E depois fumo se deitá
Vai por baixo vem por riba
E a la dele me fuçá
Me dá forga só na hora
Que vai lá fora mijá
Vorta de novo e se atraca
Noite intera me judiá

(ah! tu não te infeita bruaca
A noite é cumprida e a madrugada é puxada
Bamo degavar, bamo deslizá um poquinho )

Outro dia ela me disse: meu amor anssim não dá
Teu pinguelo tá vermeio perigoso de incendiá
Bote na água essa cousa porque vai destemperá
Teu cartucho não tem chumbo não adianta confordiá

(mas não te assusta não, enquanto isso bamo esmalhando os sessenta pila)