Eu fiquei sabendo que hoje na vila Tem grande quermesse no salão da igreja E já que eu me encontro folgado dos pila Vou dar uma bombeada e tomar um cerveja Eu seu que o gaiteiro é mui veterano Um taura gaúcho que toca um bocado Pedi pra mãe velha ajeitar os meus pano Que eu chego da lida e me vou pro povoado A festa começa no clarear do dia Vai ter cavalgada e missa campeira No meio da tarde tem a romaria Em louvor à santa, nossa padroeira Até o vigário foi requisitado Vem lá da cidade pra abençoar o povo Pra mim pouco importa abonar os pecado Que eu saio na porta e já peco de novo A comunidade já está empenhada Matando galinha, codorna e leitão O dono da estância doou da manada Algumas cabeça de gado e capão Quem vive na roça vai de manhãzinha Levando salame, verdura e queijo As velha já chegam direito à cozinha E as moças atendem a barraca de beijo Tem muitas solteira e algumas viúva Receita perfeita pra um namoro certo Eu sou marimbondo no cacho das uva Depois que eu encosto, ninguém chega perto Quem sabe na sala, eu encontre meu par Uma moça do tipo que mamãe adora Já disse pra ela pra não se assustar Se eu chegar de volta trazendo uma nora Até o vigário foi requisitado Vem lá da cidade pra abençoar o povo Pra mim pouco importa abonar os pecado Que eu saio na porta e já peco de novo Pra quem vai pro baile, não precisa pressa Que a santa da vila é igual armazém Vai muita gente pagando promessa E fazendo outras pra o ano que vem Tem uns batizado e até casamento Discurso de posse de algum importante Ministro anunciando os melhoramento Que a gente espera há tempos distante O padre que fala, o vigário que prega Prefeito reforça a palavra empenhada O chefe da guarda vai ditando as regra E a gente se esquece pela madrugada Vai entardecendo, termina a gincana O sol vai se pondo no final do dia Começa o fandango co'a gaita aragana E o resto da noite é só alegria Até o vigário foi requisitado Vem lá da cidade pra abençoar o povo Pra mim pouco importa abonar os pecado Que eu saio na porta e já peco de novo