Xirú Missioneiro

Pó de Mangueira

Xirú Missioneiro


Sou pelo duro missioneiro de alma e terra
Xirú bagual que vive sem balda e luxo
Pois c'oas muié sou igual gato de bolicho
Masco matungo sou bagual flor de gaúcho
Pois minha estampa tem o campo por destino
Desde menino que eu gineteio por farra
Eu e o cavalo nacemo no mesmo dia
Tndo por ido um ponteio de guitarra

A lida bruta é minha sina de xirú
Brasão e orgulho da minha templa missioneira
Eu fui parido sobre o lombo de um crinudo
E após a morte vou virar pó de mangueira

(Fiz tantos pingos, que há muito perdi a conta
Lidei com maulas, aporreado, lombo de aço
De várias marcas, pelo, raça ou procedências
Mas sendo veiáco, háá! Eu descasco o matungo a laço)

Pra minhas esporas tanto faz mouro ou tobiano
Picaço, oveiro, malacara ou sebruno
Pra sentá a bóia gineteio antes da festa
Só pra sentir o balanço seco do reiudo
Pois potro é potro se vai um logo vem outro
Coxilha alta ou numa virada de cerro
Sou missioneiro que nasceu bem na barranca
Truxe comigo a fibra de martin fierro

A lida bruta é minha sina de xirú
Brasão e orgulho da minha templa missioneira
Eu fui parido sobre o lombo de um crinudo
E após a morte vou virar pó de mangueira