Xirú Missioneiro

Num Chamamé

Xirú Missioneiro


Se a gaita ronca num chamamé
Parceiro eu conto como é que fica
A poeira bate no Santa Fé
E o olhar da china já me palpita
Os pares dançam campeando espaço
Só pra mostrar que são bom no pé
E o pago canta nesse compasso

Se a gaita ronca num chamamé
Se a gaita ronca num chamamé
Eu abro o peito num Sapucay
Depois de um copo o que vem eu topo
Eu bato o pé e a casa cai

Se a gaita tá num chamamé
Eu abro o peito num Sapucay
Depois de um copo o que vem eu topo
Eu bato o pé e a casa cai

(Com prazeraço convido esse grande gaiteiro
chamamezero Zezinho do Grupo Floreio
Canta comigo parceiro
Deixa comigo Xirú Missioneiro)

Morena linda quero te ver
Daquele jeito que eu gosto tanto
Fazendo juras de me querer
Flor no cabelo e vestido branco
Se por acaso me der coragem
No fim do baile eu vou te dizer
Que vivo livre nestas paragens
Mas largo tudo pra ter você

Mas se a gaita ronca num chamamé
Eu abro o peito num Sapucay
Depois de um copo o que vem eu topo
Eu bato o pé e a casa cai

(De le boca de la cordeona Zezinho)

O Mato Grosso terra de guapo
Onde se toma um bom Tereré
Até o Rio Grande meu chão farrapo
Tudo se alegra num chamamé
As madrugadas têm mais calor
E estas bailantas têm mais tempero
Se nas artérias do tocador
Correr o sangue chamamesero

Se a gaita ronca

Fazendo fundo pra um Sapucay
Foi que nasceu este chamamé
Brado de guerra dos ancestrais
Que hoje ecoa no amanhecer
E neste embalo de rio sereno
De brisa mansa no sarandis
E a gauchada num tranco bueno
Espanta as mágoas que andam por aí

Se a gaita ronca

(Meu amigo Xirú Missioneiro
Foi um prazeiraço cantar contigo companheiro)