Xirú Missioneiro

Descascando a Pau

Xirú Missioneiro


E lá vou eu, e lá vou eu, e lá vou eu
Dando-le pau nesses matungo aporreado
Quando o galo canta anunciando um novo dia
Já faz tempito que eu ando enforquiado

À campo fora o selencio toma conta
E um aporreado continuava se agarrando
A minha chilena vão proseando no caminho
Em parceria com o mango trabalhando

E lá vou eu, e lá vou eu, e lá vou eu
Dando-le pau nesses matungo aporreado
Quando o galo canta anunciando um novo dia
Já faz tempito que eu ando enforquiado

(Anssim nesse mano-a-mano, nós bamo rangindo os caco
Fazendo coruja e zorrilho entrar de bunda nos buraco)

E lá vou eu, e lá vou eu, e lá vou eu
Dando-le pau nesses matungo aporreado
Quando o galo canta anunciando um novo dia
Já faz tempito que eu ando enforquiado

O Sol aponta iluminando o paraíso
Olho pra trais e vejo o pó se alivantando
Sinto no estrivo que meus arreio froxô
E sobre cincha também já está se atrasando

E lá vou eu, e lá vou eu, e lá vou eu
Dando-le pau nesses matungo aporreado
Quando o galo canta anunciando um novo dia
Já faz tempito que eu ando enforquiado

(Gosto do maula com trança na massaroca
Com carrapicho no cedeio
Que corcoveia abrindo toca)

E lá vou eu, e lá vou eu, e lá vou eu
Dando-le pau nesses matungo aporreado
Quando o galo canta anunciando um novo dia
Já faz tempito que eu ando enforquiado

Dô meia vorta e refaço a montaria
Torço o pescoço e torno a me enforquiá
Junto nos garfo e se casquemo de novo
Pra sentí o balanço e pra vê o mundo arrodiá

E lá vou eu, e lá vou eu, e lá vou eu
Dando-le pau nesses matungo aporreado
Quando o galo canta anunciando um novo dia
Já faz tempito que eu ando enforquiado

(Traga aos gorpe pro palanque e a jaguarada pegando
E quanto mas tu bobeia, mas tu vai te acostumando)

E lá vou eu, e lá vou eu, e lá vou eu
Dando-le pau nesses matungo aporreado
Quando o galo canta anunciando um novo dia
Já faz tempito que eu ando enforquiado

É anssim que eu domo os aporreado do Rio Grande
Descasco à pau e o macho froxa o garrão
Pingo da minha rédea tem que sapatiÁ chula
Mete em riba de um rancho se tivé precisão

E lá vou eu, e lá vou eu, e lá vou eu
Dando-le pau nesses matungo aporreado
Quando o galo canta anunciando um novo dia
Já faz tempito que eu ando enforquiado